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quinta-feira, 6 de julho de 2017

MATÉRIA ESPECIAL

SÉTIMO CAPÍTULO 

Após título, Estácio passa por um rebaixamento, mas consegue dar a volta por cima

O abre-alas da Estácio de Sá Foto: Antonio Scorza / AFP / 18.02.2007

Depois de provar o doce sabor da vitória no carnaval de 1992, a Estácio de Sá viveu tempos difíceis. Em 1993, ao tentar o bicampeonato com “A dança da Lua”, a escola teve que entrar na Avenida com o cronômetro já contando dez minutos. Tudo devido a um problema de som. Mas os dissabores não pararam por aí. No ano seguinte, no enredo sobre a Saara, o Leão protagonizou um dos maiores buracos da história dos desfiles. Enquanto os últimos componentes estavam na Apoteose, uma “nuvem” de pierrôs que viriam no último carro entrou na pista.

No ano seguinte, a homenagem foi ao centenário do Flamengo. Já com dívidas acumuladas, a escola passou com samba no pé e o apoio de grande parte da arquibancada, num carnaval com nítidas dificuldades financeiras. Em 1996, numa dessas ironias do destino, a Estácio levou para a Avenida o enredo sobre o Teleporto. Um dos terrenos desapropriados para construção do prédio era justamente o da lucrativa quadra da Vermelho e Branco. Resultado: mais dívidas e menos receita. No desfile de 1997, a situação ficou insustentável, e a escola foi rebaixada.

Para colocar seu carnaval na rua nos anos seguintes, a Estácio vendia o almoço para pagar o jantar. Em 2004, ao falar sobre a fome, um indigesto resultado: os herdeiros da Deixa Falar foram parar no Grupo B, a terceira divisão da folia. Depois do fundo do poço, vieram momentos de glória: dois campeonatos seguidos e a reconquista da vaga no Especial, em 2007. Após duas décadas, a escola reeditou o memorável “O tititi do sapoti”. Mesmo com o apelo popular do samba, foi novamente rebaixada. Atualmente na Série A, a Estácio manteve algumas características que fizeram dela uma escola respeitada: a garra da comunidade, a excelente bateria e uma torcida aguerrida. Com belos desfiles nos últimos anos, o Leão vem mostrando que não está adormecido. Afinal de contas, para essa escola, “a esperança continua”.

quinta-feira, 29 de junho de 2017

MATÉRIA ESPECIAL

SEXTO CAPÍTULO 

Num desfile inesquecível, Estácio de Sá é campeã do Grupo Especial

O abre-alas da Estácio no carnaval campeão de 1992 Foto: Júlio César Guimarães

Quem passava pela Avenida Presidente Vargas, próximo ao antigo barracão da Estácio, algumas semanas antes do carnaval de 1992 via fragmentos de um possível desfile. Apenas um trenzinho vermelho e amarelo, alguns carros na ferragem, outros com madeira. Para qualquer desavisado, a Estácio era carta fora do baralho, embora tenha carimbado vaga no Desfile das Campeãs nos dois carnavais anteriores.

Com um enredo sobre os 70 anos do Modernismo no Brasil, desenvolvido por Mário Monteiro e Chico Spinosa, a Vermelha e Branco conquistou o público já na comissão de frente, com pierrôs, arlequins e colombinas sobre pernas de pau. Foi a mais original e a mais premiada do ano. As alegorias foram inspiradas na estética modernista, com traços arrojados e esculturas grandiosas. Entre as fantasias, destaque para a ala das crianças, que representou o casamento de Emília com o Espantalho e foi um dos cinco Estandartes de Ouro conquistados pela Estácio, entre eles o de melhor escola.

O simpático carro do 'Trenzinho caipira' Foto: Sebastião Marinho

Samba e bateria sacudiram o público. As arquibancadas impulsionaram ainda mais o desfile. O público em delírio abraçou a escola em uma coreografia eletrizante e ovacionou a agremiação desde os primeiros acordes do samba de autoria de Djalma Branco, Déo, Maneco e Caruso, puxado por um inspirado Dominguinhos do Estácio.

Outro nome que entrou para a história foi Luciana Sargentelli. A morena, filha de Oswaldo Sargentelli, o rei das mulatas nos anos 70, havia sido subtituída por Monique Evans no cargo de madrinha da bateria. A resposta veio na Avenida. Deu um show de samba sobre um tripé. Uma performance memorável, que contou com a ajuda do acaso. Devido à chuva que caiu antes do desfile, a sambista teve que tirar as sandálias para não derrapar no piso escorregadio. Alguns espelhos que decoravam a varanda da alegoria foram se descolando durante o desfile e feriram os pés de Luciana, que não parava de sambar. Sambou e sangrou pela escola inteira.

quinta-feira, 22 de junho de 2017

MATÉRIA ESPECIAL

QUINTO CAPÍTULO 

 A Estácio de Sá vira escola grande


As baianas vestidas de Estátua da Liberdade, no desfile de 1987 Foto: Antônio Nery

A troca de nome fez bem para os herdeiros da Deixa Falar. Após ser rebatizada com o nome Estácio de Sá, a ex-Unidos de São Carlos emplacaria grandes desfiles. No segundo carnaval após a mudança em 1985, a escola pisou firme na Passarela, com o enredo “Chora, chorões”, que contava a história do choro. Foi assim que a agremiação fincou raízes entre as superescolas.

Mas a grande virada aconteceu com a vinda da carnavalesca Rosa Magalhães, que teve a companhia de Lícia Lacerda em 1987. Nos três anos em que passou pela agremiação, Rosa ofereceu um baquete às avessas, começando pela sobremesa: um delicioso sapoti no inesquecível carnaval em que a escola alcançou um histórico quarto lugar, no enredo “O tititi do sapoti”. Em 1988, preparou uma carne bem temperada para o público, com “O boi dá bode”. Mas o resultado foi indigesto: apenas o nono lugar. Em 1989, foi a vez de Rosa combinar duas iguarias muito presentes na mesa do brasileiro: “Um, dois: feijão com arroz”. E só chegou novamente ao nono lugar.

A alegoria do México no desfile do "Tititi do sapoti" Foto: Delfim Vieira

Chegam os anos 90 e com eles o apogeu da escola. Contando com o investimento crescente do patrono José Petrus Kalil, o Zinho, e a união política promovida pelo presidente Acyr Pereira Alves, o Leão do Estácio começou a assustar pra valer os adversários. Em 1990, levou para a Avenida o caro enredo “Lansgodorff: um delírio na Sapucaí”, do carnavalesco Mário Monteiro e figurinos de Chico Spinosa. A apresentação garantiu a volta ao Desfile das Campeãs. No ano seguinte, criticou a sociedade de consumo em “Brasil, brega e kitsch”, ostentando a faixa de quinta colocada.

Estava pavimentado o caminho para o título. Era só questão de tempo. E o que era mais um ano para quem havia esperado quase cinco décadas? A hora, enfim, chegou.

quarta-feira, 21 de junho de 2017

SAMBA DA SEMANA


PELO TELEFONE

O samba dessa semana é nada mais nada menos que o primeiro samba gravado na historia, Pelo Telefone de Donga.

Foi registrada em 27 de novembro de 1916 como sendo de autoria apenas de Donga, que mais tarde incluiu Mauro como parceiro. Foi concebida em um famoso terreiro de candomblé daqueles tempos, a casa da Tia Ciata, frequentada por grandes músicos da época. Por ter sido um grande sucesso e devido ao fato de ter nascido em uma roda de samba, de improvisações e criações conjuntas, vários foram os músicos que reivindicaram a autoria da composição.

terça-feira, 20 de junho de 2017

Matéria da semana

Leandro Vieira apresenta suas criações em exposição no Paço Imperial

 Exposição do carnavalesco Leandro Vieira no Paço Imperial Foto: Leo Martins / Agência O Globo

O carnavalesco da Estação Primeira de Mangueira, Leandro Vieira, lançou na semana passada uma exposição no Paço Imperial chamada “Bastidores da criação — Arte aplicada ao carnaval”, que tem como objetivo passa a visão de que os desfiles das escolas de samba são manifestações artísticas diferente de como é enxergado esse grande espetáculo atualmente.

Em entrevista ao jornal "O Globo", Leandro ressaltou a importância que a matéria tem pelo fato de estar no Segundo Caderno e fora do noticiário habitual de carnaval.

 Exposição do carnavalesco Leandro Vieira no Paço Imperial Foto: Leo Martins / Agência O Globo

— Os desfiles hoje são tratados como entretenimento, estão no mesmo contexto do réveillon de Copacabana, por exemplo. Quando surgiu a oportunidade de fazer esta exposição num lugar como o Paço, achei que era a chance de mostrar o carnaval como arte. Não quis trazer fantasias inteiras, alegorias, nada que lembrasse a Sapucaí. A ideia é ver o processo artístico que resulta no desfile - diz Leandro, que questionou a forma que a festa e vista e administrada. — Quem administra o carnaval é a Riotur, e não a Secretaria de Cultura. O interesse pelas escolas só se dá a partir de dezembro, quando começa o verão, vêm as férias, os turistas chegam... É tudo inserido na lógica de “festa”.


Na exposição, Leandro mostra como foi o trabalho desenvolvimento do enredo da Mangueira 2017, " “Só com a ajuda do santo”. Através de croquis, fotografias, maquetes e figurinos ele mostra as peças que mais chamaram a atenção do público durante o desfile, como a ala de baianas que estavam vestidas de saquinhos de doce de São Cosme e Damião, e a roupa da bateria, que representa São Francisco de Assis, criada a partir de retalhos de tecidos.



























                Exposição do carnavalesco Leandro Vieira no Paço Imperial Foto: Leo Martins / Agência O Globo


Algumas fantasias são mostradas em miniaturas, como as de São Jorge, São Pedro e Cavalhada. Algumas alegorias são retratadas em maquetes, como a alegoria do Siro de Nazaré, que na avenida chegava a 15 metros e na exposição está sendo retratada com apenas 1 metro. As maquetes são acompanhadas de um vídeo que mostra o trabalho no barracão da escola e também explica o conceito de cada setor do desfile.

— Mostro só uma parte do figurino da porta-bandeira, por exemplo, que é todo cheio de detalhes, imagens, medalhas. Não trouxe junto a saia enorme, bem característica, porque ela remete ao desfile. Assim eu direciono o olhar do público para os aspectos que quero ressaltar.

 Exposição do carnavalesco Leandro Vieira no Paço Imperial Foto: Leo Martins / Agência O Globo

 A exposição está no Paço Imperial que fica na Praça XV de Novembro 48, Centro do Rio, que fica aberto de terça a domingo das 12h ás 19h. A entrada é grátis e vai ficar até o dia 20/08m - Classificação livre
 Exposição do carnavalesco Leandro Vieira no Paço Imperial Foto: Leo Martins / Agência O Globo

sexta-feira, 16 de junho de 2017

ÍCONES DO SAMBA

Dona Esther


Para uns, Esther Maria de Jesus; para outros, Esther Maria Rodrigues. Não importa, o que entrou para a história da Portela, e do bairro de Oswaldo Cruz, foi simplesmente a alcunha "Dona Esther". Nascida em 14 de fevereiro de 1896, Dona Esther nunca integrou diretamente a Portela, mas sua presença foi fundamental para que a escola surgisse e trilhasse seu vitorioso caminho.

Sua lembrança hoje aparece quase como uma lenda para os moradores de Oswaldo Cruz. Foi em sua casa que muitos dos primeiros portelenses tiveram seus primeiros contatos com o samba, ao lado de figuras já consagradas da música brasileira.

Muitos portelenses antigos lembram de Dona Esther como uma espécie de mãe, sempre gentil, solícita e caridosa. Faleceu no dia 22 de dezembro de 1964, aos 68 anos, entrando para a história com a grande tia portelense.
 

O carnaval como vocação

 
Todos os antigos portelenses que viveram seu tempo descrevem dona Esther como uma mulher muito bonita e dotada de uma personalidade que chamava a atenção.
 
Antes de morarem em Oswaldo Cruz, Dona Esther e Euzébio, seu marido, fundaram o cordão "Estrela Solitária", que ficava no Largo do Neco, entre Turiaçu e Madureira, desempenhando a importante função de Porta-estandarte e Mestre-sala. O carnaval sempre foi uma espécie de vocação para dona Esther.
 

O centro social do bairro

 
Após desentendimentos no antigo cordão, o casal mudou-se para Oswaldo Cruz, morando inicialmente na Rua Joaquim Teixeira. Em pouco tempo, a casa de Dona Esther se transformou no centro social do bairro. Suas festas tornaram-se referência para todos, principalmente após a mudança para a casa nova, na rua Adelaide Badajós, num terreno tão grande que se estendia até a esquina da Rua Joaquim Teixeira.
 

As grandes festas

 
As festas de dona Esther atraíam não apenas o pessoal de Oswaldo Cruz, mas também muita gente dos demais redutos de samba e nomes consagrados da música brasileira, como Donga, Pixinguinha, Zé e Zilda, Gilberto Alves, entre outros. Além deles, a casa de dona Esther era famosa por receber alguns políticos influentes das décadas de 30 e 40. Nessas rodas de samba, alguns portelenses ilustres, como Jair do Cavaquinho e Candeia, aprenderam o que era o samba, formando uma geração de grandes poetas e artistas portelenses que anos mais tarde fariam sucesso.
 

Quem fala de nós come mosca

 
A grande contribuição de Dona Esther para a Portela foi a fundação do bloco "Quem fala de nós come mosca", logo após sua mudança para Oswaldo Cruz. O bloco de Dona Esther é considerado por todos o primeiro embrião da Portela, e inspirou a criação do "Baianinhas de Oswaldo Cruz", que contava com a participação dos principais fundadores da Portela.
 
O bloco de Dona Esther, apesar de desfilar apenas em Oswaldo Cruz e ser formado quase que exclusivamente por crianças, era regularizado na Justiça e possuía autorização para desfilar. Assim, o pessoal do "Baianinhas", para poder se apresentar na Praça XI, principal ponto de encontro dos sambistas, se utilizava da autorização do bloco de Dona Esther.
 

Euzébio Rosa

 
Seu marido, Euzébio da Rosa, antigo mestre-sala do cordão "Estrela solitária", era visto todos os dias montando seu cavalo branco, o "Faísca". "Seu" Euzébio era bastante respeitado, quase um mito no bairro. Ele e "Faísca" eram figuras tradicionais e conhecidos por todos em Oswaldo Cruz, inseparáveis na difícil tarefa de atravessar as barrentas e esburacadas ruas da região.
 

A misteriosa Esther

 
Muitos pesquisadores, e até participantes, se debatem se o jongo é uma dança religiosa ou pagã. Muitos dizem que os jongueiros são dotados de poderes mágicos, feiticeiros que possuem olhos hipnóticos. Na casa de Dona Esther eram famosas as festas onde essa manifestação, herdada dos antepassados escravos, era praticada, tradição da influência rural na região. Muitos antigos portelenses participaram dessas animadas festividades e eram exímios jongueiros. A figura de D. Esther era, para muitos, cercada de um grande mistério. Alguns vizinhos acreditam que a velha senhora demorou a falecer porque mandava outras pessoas em seu lugar.
 

Samba matriarcal

 
Para Gilberto Freire, a transmissão cultural na história brasileira se deu principalmente através das mulheres. Enquanto os homens escreviam a história oficial do país, as crianças brasileiras recebiam educação das mulheres, cuja subordinação imposta as enclausurava nos lares. Todos os filhos de fidalgos ou nobres dos séculos passados estavam entregues aos cuidados das escravas de confiança, escravas dos lares, que transmitiam, na melhor tradição da educação oral, um pouco de suas histórias e visões do mundo, familiarizando a cultura das classes populares nas crianças que mais tarde decidiriam os destinos do país. O samba, manifestação cultural de origem africana, visto na época como algo inferior e que precisava ser combatido, encontrou novamente na figura feminina seu centro de resistência. Foram velhas senhoras que mantiveram viva a tradição do samba, cedendo a segurança de seus lares para a difusão, mais uma vez oral, dos valores culturais de seus ascendentes.
 

A Tia portelense

 
Na trajetória do samba e do carnaval do Rio de Janeiro, as "tias" possuem uma participação fundamental. Tia Ciata, Tia Bebiana e outras velhas senhoras da saudosa Praça XI organizavam importantes festas nos quintais de suas casas e terreiros. Servindo de abrigo seguro na época da perseguição, esses eventos permitiram a resistência das manifestações africanas e, a partir da integração que essas festividades promoviam, seus freqüentadores espalharam as sementes do samba por todas as comunidades do Rio de Janeiro.
 
O respeito por essas senhoras era tanto que, contam os historiadores, as primeiras manifestações carnavalescas verdadeiramente populares tinham que obrigatoriamente reverenciá-las, atestando a condição dessas residências como importantes centros de preservação cultural. De maneira semelhante à antiga Praça XI da virada do século XX, Oswaldo Cruz na década de 20 também vivia a efervescência de novas manifestações. Nesse momento, a casa de Dona Esther aparece como catalisador de tudo o que acontecia no bairro, fazendo a ponte de ligação entre os anônimos de Oswaldo Cruz e os sambistas que ganhavam fama nos bairros centrais da cidade. D. Esther foi a Tia portelense. Sua importância para a Portela está na mesma proporção em que Tia Ciata tornou-se fundamental para a história do samba. D. Esther é a matriarca de Oswaldo Cruz, a matriarca da Portela, transmitindo para nossos fundadores os valores culturais fundamentais, na melhor tradição da história brasileira.
 

Bibliografia:


ARAUJO, Hiram. Carnaval - Seis milênios de história. Rio de Janeiro. Gryphus, 2000.
 
CANDEIA FILHO, Antônio & ARAÚJO, Isnard. Escola de samba - árvore que esqueceu a raiz. Rio de Janeiro, Ed. Lidador, 1978.
FREYRE, Gilberto. Casa Grande e Senzala. Rio de Janeiro. José Olympio. 1964.
 
SILVA, Marília T. Barboza & SANTOS, Lygia. Paulo da Portela - traço de união entre duas culturas. Rio de Janeiro. Funarte. 1979.

CARNAVAL 2018

OS ENREDOS DO CARNAVAL CARIOCA


Faltam 8 meses para o carnaval, e apesar das incertezas referentes aos repasses de verbas por parte da prefeitura do rio de janeiro, as escolas de samba já se movimentam nas definições de seus enredos para o carnaval 2018. Optando por temas de autoria dos carnavalescos ou patrocinados, as escolas do grupo especial e de acesso do rio de janeiro apresentam uma grande variedade nos enredos que serão apresentados na Sapucaí.

 Grupo Especial

Apesar da recente nota divulgada pela LIESA, a liga das escolas do grupo especial do Rio, que informava sobre a decisão de cancelar os desfiles do grupo especial se caso o corte no repasses do dinheiro público para as escolas não fosse autorizado, algumas agremiações já divulgaram seus enredos para 2018, dentre elas apenas a Mangueira, Beija-Flor, União da Ilha, Vila Isabel, Unidos da Tijuca e Império Serrano ainda não divulgaram as histórias que irão contar na avenida

A Mocidade, atual campeão, foi divulgou seu enredo no último fim de semana e optou por mais um enredo patrocinado, a escola vai falar sobre a Índia, com o enredo "Namastê ... a estrala que habita em min, saúda a que existe em você" o carnavalesco Alexandre Louzada tenta repetir o sucesso de 2017.



No retorno de Rosa Magalhães, a também campeã de 2017 vai levar a cultura nordestina, através de uma saga de nordestinos em Nova York, “De Repente de Lá Pra Cá e Dirrepente de Cá Pra Lá…” uma história criado pela própria carnavalesca mostrará como judeus fugidos da Europa no século XVII, com destino ao Nordeste do Brasil, tiveram papel fundamental na formação da cidade de Nova York com uma mensagem de tolerância contra a perseguição religiosa e ataques às diversidades dos povos.


 Já o Salgueiro volta a suas origens e trás “Senhoras do Ventre do Mundo”, de Alex de Souza, reafirmando sua identidade negra. Seguindo a linha de enredos afros, a Paraíso do Tuiuti optou por falar dos 130 anos da Lei Áurea com o enredo “Meu Deus, Meu Deus, está extinta a escravidão” desenvolvido por Jack Vasconcelos.



















Duas escolas optaram por homenagear datas comemorativas de dois grandes polos de cultura e arte do Rio de Janeiro. A Imperatriz, de Cahê Rodrigues, vai lembrar os 200 anos de história do Museu Nacional, da Quinta da Boa Vista com o tema "Uma Noite Real No Museu Nacional". Na estreia do talentoso Jorge Silveira no grupo especial do Rio, a São Clemente, com o enredo “Academicamente Popular”, vai vangloriara também um bicentenário, o da Escola de Belas Artes.



















A tricolor de Caxias foi a primeira a escolher o tema para o próximo carnaval. Assinado por Renato e Márcia Lage, a Grande Rio levara José Abelardo Barbosa, o apresentador Chacrinha para a avenida com o tema "Vai Para o Trono ou Não Vai?"



Grupo de Acesso


No grupo de acesso a variedade de temas também é muito grande. Com o risco de também perder a verba da prefeitura, algumas escolas ainda buscam patrocínio e outras cancelam os seus. Apenas Santa Cruz e Rocinha não divulgaram ainda seus temas.

Foi o caso da Estácio de Sá, que já tinha anunciado seu enredo patrocinado sobre Singapura voltou atrás, com a justificativa de falta de repasse de verba por parte dos representantes da homenageada, e anunciou um enredo mais popular "No Pregão da Folia Sou Comerciante da Alegria e Com a Estácio Boto Banca Na Avenida", que vai falar dos mercados popular através do carnavalesco Tarcisio Zanon.



Os temas afros também estão em alta no acesso, será a opção da Unidos de Bangu, Alegria da Zona Sul e Império da Tijuca. A Bangu, com Cid Carvalho, vai buscar o glamour das cortes negras, exaltando a nobreza de nossos ancestrais com "A travessia da Calunga Grande e a nobreza negra no Brasil". A Alegria, com o carnavalesco Marco Antônio, exalta uma história forjada na coragem e valentia da negritude que almejou um Brasil livre da escravidão e das desigualdades sociais, através do povo Malês com “Bravos Malês! A Saga de Luiza Mahin”. O Império da Tijuca, de Jorge Caribé e Sandro Gomes, vai fazer ‘Olubajé – Um banquete para o rei’ 













A Porto da Pedra vai levar um enredo popular para a avenida, com o tema “Rainhas do Rádio – Nas Ondas da Emoção, o tigre Coroa as Divas da Canção! ” a escola vai contar a história das divas do rádio brasileiro.



 A Viradouro, uma das boas candidatas no Acesso, contratou Edson Pereira e deu pra ele a condição de propor um enredo sobre os gênios de criação; homens que fizeram a diferença na humanidade por suas criações.



A Unidos de Padre Miguel vai levar pra Sapucaí versão das populações indígenas, ribeirinhas e caboclas para as maravilhas da Amazônia brasileira. O enredo é “O Eldorado submerso: delírio tupi-parintintin”, de João Vitor Araújo e Daniel Targueta, parte de uma passagem de “Órfãos do Eldorado”, livro escrito por Milton Hatoum que virou filme.



Num enredo próximo desse da Padre Miguel, a Renascer pega carona na “Floresta do Amazonas”, obra de Heitor Villa-Lobos, para falar da Amazônia, "Renascer de Flechas e de Lobos" desenvolvido pelos carnavalescos Alexandre Rangel e Raphael Torres.


A Inocentes de Belford Roxo vai falar da histórica cidade de Magé, capitaneada pelo talento do carnavalesco Wagner Gonçalves através do tema “Mojú, Magé, Majubá – Sinfonias e Batuques”.



A Sossego vai de “Ritualis”, de Peterson Alves, mostrando a simbologia musical e ritualis, o símbolo dos poetas, da harmonia cósmica e da inspiração musical, fonte das mais primorosas melodias, como a Lira do brasão da escola



Com o tema "O REI QUE BORDOU O MUNDO" a Cubango vai contar a história de Álvaro de Campos pelas mãos de Gabriel Haddad e Leonardo Bora.